Sair de sua cidade natal, para correr atrás de seus objetivos, tendo que abrir mão da presença de parentes e amigos nunca é fácil. Mas, se este sacrifício é correspondido com a conquista do objetivo, você volta para casa e mata a saudade de todos com uma alegria ainda maior.
O cantor Kiko Salli deixou a cidade Maceió, capital de Alagoas, aos 19 anos, sem que ninguém em sua casa soubesse. Após pegar um avião pela primeira vez, o jovem cantor desembarcou em Fortaleza e decidiu encarar a música de maneira mais séria, já que até então cantava por hobby. Este artista que conquistou seu espaço no mundo da música, estando hoje envolvido em um projeto no qual toca suas influências dos mais variados estilos, confiram abaixo entrevista concedida ao pessoal do site Axezeiro.com:
Quando você começou a perceber que seu caminho era a música?
Kiko Salli: Na verdade eu não comecei a perceber que meu caminho era a musica, a música que me percebeu primeiro e me perseguiu (rs...). Em casa sempre tive influência musical de alguma forma, seja ouvindo cantores que meus familiares ouviam ou até vendo eles executando a musica propriamente. Meu avô foi maestro da banda de sopro no exército, tocava violão e trompete, minha mãe canta, meu pai toca violão, cavaquinho, bandolim e violão de sete cordas. Minha avó por parte de mãe cantava bem também. Todos lá em casa têm uma queda pra musica.
Qual foi o seu primeiro trabalho como cantor profissional? Você recebeu apoio de seus familiares?
Kiko Salli: Foi em 1996 numa banda de axé chamada “Doce Veneno” (rs...) lá em Maceió. Meus familiares nunca me proibiram de fazer nada e essa história da musica eu sempre tive mais como um hobby até os 19 anos. Foi quando eu realmente resolvi ir embora pra Fortaleza sem ninguém saber lá em casa. Arrumei minhas malas peguei um avião pela primeira vez na minha vida e fui encarar a coisa da música a sério mesmo.
Foi difícil abandonar a cidade natal para lutar por seus sonhos?
Kiko Salli: Difícil é pouco. Deixei tudo lá. Minha família, amigos. Deixei de curtir minha família muito cedo. Fiquei sem ver minha avó que era e continua sendo o amor da minha vida por um longo tempo e que faleceu há três anos. As coisas foram acontecendo de uma forma que eu ficava sem tempo mesmo pra vida pessoal. Se ao menos eu morasse na mesma cidade que minha família ai sim dava pra diminuir um pouco mais a distância e a saudade. Pra você ter idéia, no Mastruz durante o tempo que eu passei lá viajava tanto que teve uma determinada época que nós passamos 28 dias na estrada direto, sem pisar em casa.
Que avaliação você faz do Kiko do início de carreira para o Kiko de hoje?
Kiko Salli: Passei por muita coisa desde o começo da minha carreira até agora. A essência, o coração e a alma são os mesmos. Acho que aprendi a confiar mais em mim e não acreditar tanto em que todo mundo fala. Aprendi a valorizar a minha família, as verdadeiras amizades e a mim mesmo.
Você já foi vocalista de bandas de forró, como a Mastruz com Leite e Colher de Pau, além de também ter cantado axé na Pimenta N’ativa. Hoje você segue uma linha sertaneja. Você diria que se encontrou musicalmente?
Kiko Salli: Todas essas passagens serviram de aprendizado e crescimento. Cantar axé pra mim foi um desafio que partiu de um convite da produtora Cheiro de Amor, que cuida dos interesses artísticos e empresariais da marca Pimenta Nativa. Aceitei e fiz bem meu papel lá. Quanto ao lance de seguir uma linha sertaneja quero deixar claro que não sou cantor sertanejo (rs...). Até porque pra ser sertanejo de verdade tem que nascer lá pras bandas de Goiás, Minas ou interior de São Paulo. Lá eles vivem essa realidade. Nascem e crescem ouvindo isso. Sou fã do estilo e me identifico bastante. A história de “Kiko Salli e Amigos Sertanejos” foi um projeto isolado. Uma homenagem a artistas desse universo que todos nós admiramos. Uma idéia pra tocar no barzinho e chamar os conhecidos e amigos pra curtir e ao mesmo tempo um laboratório para o repertório do projeto Kiko Salli e Jeanne Lima. Comecei cantando no colégio e em seguida em bandas locais de vários estilos lá em Maceió. Passei por bandas de forró que foi onde me destaquei, mas eu sempre cantei o que eu gosto e de tudo um pouco. Hoje ta mais claro que nunca que não existe um artista que cante só um tipo especifico de musica e se sinta realizado. Se você parar pra prestar bem atenção uma pá de bandas e cantores estão misturando os sons pra dar uma característica ao seu trabalho. É o que eu faço no meu também. Aviões, Cesar Menotti e Fabiano, Jorge e Mateus dentre outros estão cantando e gravando axé. Ivete Sangalo tá cantando forró e ao mesmo tempo música intimista no seu novo DVD. Faz isso quem tem talento lógico. Me considero um artista e cantor camaleão.Tudo que me proponho a fazer procuro fazer bem.
Como surgiu o Kiko Salli e Amigos?
Kiko Salli: Chegamos no ponto onde eu queria. Antes disso já estava definido a minha volta pra o forró com um nome de uma banda e tudo mais (Tipo “FORRÓ ALGUMA COISA” ou “ALGUMA COISA DO FORRÓ” rs... ). Mas eu queria fazer algo onde eu pudesse cantar o que eu quisesse e que não ficasse preso a rótulos. No mesmo instante veio a idéia de tirar o nome “Kiko Salli e Amigos Sertanejos” e deixar apenas “KIKO SALLI E AMIGOS”. Dessa forma continuaríamos com a mesma intenção que era manter a característica de cinco amigos tocando juntos e ao mesmo tempo trabalhando meu nome e o melhor de tudo, tocando e cantando tudo o que eu curto e que eu sei que o povo curte também.
Quais as influências?
Kiko Salli: As influências vêm de todas as bandas e trabalhos pelo qual eu já passei e artistas que eu admiro. Complementado de um trabalho autoral de musicas compostas e arranjadas por mim e pela banda.
O que você absolveu dos outros trabalhos que realizou e leva aos palcos nesta nova fase?
Kiko Salli: Amadurecimento, profissionalismo, credibilidade, conhecimento, experiência, história e por ai vai...
Como você enxerga o cenário musical baiano na atualidade? Há espaço para todos?
Kiko Salli: O cenário musical baiano tem espaço e gosto pra todo mundo. A gente vive num estado onde a cultura popular se manifesta de várias formas. Natural e notoriamente existe uma mola propulsora que se chama o “axé”, mas sem medo algum de errar eu acredito que no estado da Bahia existem manifestações e estilos musicais pra se apreciar de varias formas. Tem a galera do pagode que eu me amarro, o arrocha que é massa e todo mundo curti, o forró, o samba, o regue. É só cada um procurar e se identificar na sua praia que o resto vai acontecendo.
Para finalizar, deixa uma mensagem para seus fãs que estavam ansiosos por esta entrevista:
Kiko Salli: Primeiro quero agradecer a toda equipe do Portal Axezeiro.com por mais uma vez me conceder esse espaço pra poder me comunicar com a galera da internet. Dizer que to muito feliz com que eu to fazendo na minha carreira profissional e artística. Minha maior motivação, inspiração e incentivo é a confiança que eu tenho em Deus, em minha família que ta longe e ao mesmo tempo perto, os meus amigos “verdadeiros” e esse povo lindo que acompanha meu trabalho e que não cansa de ter carinho e admiração por mim e eu por eles. Valeu de verdade!!! E quem quiser ter um contato mais próximo é só me seguir pelo twitter ( http://twitter.com/#!/kikosalli ) que to lá pra responder tudo galera e acessar o blog oficial http://kikosaliejeannelima.blogspot.com/